Angola: Governo estima preço do Barril de Petróleo para US $41

A exportação de petróleo representa 95% do total das exportações do país. A economia angolana depende excessivamente da exportação do «ouro negro». E a receita fiscal em Angola também. Só no ano passado esta representava 70% do total da receita cobrada pelo fisco.

O Regional Economic Outlook, revelado hoje em Washington (USA), diz-nos que Angola tem estimado o preço de referência mais baixo da África subsaariana. Mais baixo que a Nigéria, o maior produtor da região. De acordo com o FMI, a previsão de crescimento da economia do país é de apenas 4,5% este ano. E será ainda mais baixa em 2016, ficando-se pelos 3,9%.

Sendo Angola uma economia emergente, a carecer de desenvolvimento e diversificação, estes resultados são preocupantes. Assim, com a queda do preço do petróleo a receita fiscal dependente da exportação vai baixar para quase metade. Já este ano (2015) ficará nos 36,5%, de acordo com a previsão.

Como a «necessidade aguça o engenho», este poderá ser um indicador de mudança. Com os cortes orçamentais na despesa pública que estão já definidos e a ser postos em prática, esta pode ser uma excelente oportunidade de negócios. Tanto para novos empreendedores, como para novos investidores externos. Com possibilidade de «ganhar terreno» e desenvolver modelos de negócios inovadores. Apostando nos serviços e na indústria transformadora em Angola. Com especial enfoque para a prestação de serviços em "outsourcing" e para a exportação de uma panóplia de produtos manufacturados.

Como? Acrescentando mais-valia à produção. Investindo em áreas como o design e a tecnologia. E numa «melhor embalagem». Saber vender-se lá fora. Sobretudo investir mais nos recursos humanos, que são a maior mais-valia de qualquer organização.

Apesar da carência de infraestuturas básicas no país é possível criar uma indústria rentável. Nos países exportadores de petróleo do continente africano, com excepção dos Camarões e do Congo, que têm vindo a acrescentar valor às suas exportações, quase todos os outros têm vindo a estagnar. E até a retroceder, como nos diz o relatório do FMI. Estes estão demasiado dependentes dos recursos naturais e de uma única matéria-prima.

O remédio para esta estagnação passa pela diversificação da economia de angola, da diversificação da produção e por uma maior abertura aos mercados globais. Os produtores no país necessitam de aprofundar as suas relações com os grandes distribuidores, nomeadamente através de Portugal. E de uma maior vontade de estabelecer acordos diretos para fomentar a diversificação da exportação.

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