Sobre a «praxe» nas universidades portuguesas

Hoje, como ontem, Praxe e Fado unem-se num elo de eterno retorno ao Estado Novo.

A «praxe» tem vindo a ser usada como uma excelente bandeira política. Já mesmo pelo anterior executivo governamental. É um tema quente, tem boa elasticidade e vem a ganhar terreno novamente desde os ataques terroristas do Meco em Dezembro de 2013.

Na verdade a «praxe» é um negócio lucrativo. De cervejas, bifanas e conjuntos musicais. Envolve alguns milhares de euros.

Lembra-se do estranho caso do estudante universitário de 24 anos, baleado no recinto da «Queima das Fitas do Porto» na Estrada da Circunvalação, no dia 4 de Maio de 2013?



O que nos diz Daniel Oliveira sobre a «praxe»


É um assunto entre pessoas adultas embora alguns estudantes do superior tenham apenas 17 anos, quase todos sejam pouco maduros (i.e. pouco «adultos») e a coação seja um crime público que é punido até 3 anos de prisão.

Sobre se a cátedra universitária anda realmente a formar um bando de cretinos, Daniel Oliveira diz-nos que «A Universidade não é a tropa. De certa forma, é o oposto da tropa.»


E agora vejamos o que nos vem dizer Ana Margarida Balseiro de Sousa Lopes

Ana Margarida Balseiro de Sousa Lopes é uma ilustre desconhecida e (muito) jovem deputada (da JSD) à Assembleia da República. Pertence a esta recente vaga feminista da moda das filhas da pequena e média burguesia da direita terem actividade política e até... imagine-se, profissão.


Ou seja, di-lo como quem tenta dizer, «se existissem, embora não existam». Só que claro, porque não vivemos propriamente numa ditadura – e a jovem não quer ficar vinculada à imagem de que é daquelas que atira areia para os olhos da populaça – vem depois colmatar, dizendo que «devem ser severamente punidas». Fazendo o uso da palmatória?

Queixa-se também de um eventual recalcamento pessoal do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com a «praxe académica». Nem sequer se trata um recalcamento político.

Será que a jovem deputada tem algum eventual traço de personalidade oral? Felizmente não conseguimos encontrar explicações para tais recalques porque este argumentário já não habita há muito entre nós.

E mais, afirma que «A praxe assinala um dos momentos mais marcantes na vida de um estudante». Além de isto ser descaradamente boçal, é caso para fazer um paralelismo, pedindo emprestadas as palavras que as lideranças de Pedro Manuel Mamede Passos Coelho dirigiam aos jovens citadas pela deputada Ana Isabel Lobato Drago (outra menina que tal, já na meia idade e filha de uma pequena burguesia de esquerda pertencente a outros tempos e “habitus”) e popularizadas numa mistura musical feita por um conjunto intitulado “Bandex”: «Não pensem em ter futuro, não pensem em estudar».

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